segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Reportagem Jornal de Brasília 12/09

Futuros moradores da Estrutural temem proximidade com o lixão

Marina Marquez

marina.marquez@jornaldebrasilia.com.br


"Eu não quero morar ao lado do lixão. Tenho medo por mim e pelos meus filhos, aquilo ali não é vida", afirma Maria Iris Rego, há 20 anos moradora da Quadra 12 na Estrutural. Como os vizinhos, ela se cadastrou, há alguns meses, para ganhar uma casa e mudar para outro lugar, já que estudos ambientais apontam para a existência de lixo subterrâneo no local onde estão os barracos construídos. No entanto, o sonho de ganhar uma casa própria se tornou um pesadelo, já que as casas foram construídas a aproximadamente cem metros do lixão, em pleno funcionamento.



"Não faz sentido algum falarem que vão nos tirar daqui porque o problema é lixo, sendo que aqui não há gases, não temos produção de chorume. Diferente de lá. Onde querem nos colocar há piscinas de chorume espalhadas e o cheiro é insuportável", conta Eliane Elizabeth Costa, vizinha de Maria. Preocupados com a proximidade do lixão, os moradores entraram com uma ação civil pública e conseguiram uma liminar que impede a transferência até que um laudo sanitário comprove a possibilidade de colocar as famílias no local sem risco à saúde.



"Entramos na Justiça em maio, preocupados porque, a princípio, só seria feita a mudança para lá após a total desativação do lixão e o tratamento do local. Mas não foi o que ocorreu e essas famílias correm risco no local, como comprovou um laudo do Ministério Público (MPDFT)", afirma o advogado da Prefeitura Comunitária da Estrutural, Bruno César Ribeiro. A reportagem do Jornal de Brasília teve acesso ao relatório pericial do MPDFT. No documento, os peritos deixam clara a necessidade de aguardar a retirada do lixo para a mudança das famílias. "Até que se promova a total desativação e remediação do Aterro do Jóquei, pode-se considerar que a Quadra 16 não apresenta as condições de segurança e salubridade necessárias para moradia", afirma.





Leia mais na edição deste domingo (12) do Jornal de Brasília.



Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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