terça-feira, 8 de junho de 2010

Reportagem do DFTV sobre as casinhas

Famílias de uma área de risco na Estrutural começam a mudar de endereço

O problema é que alguns moradores desistiram da mudança. As novas casas ficam a poucos metros do lixão. E o mau cheiro é o grande vilão da região.
Um grupo de moradores da Estrutural bate o pé. Apesar da carta que dá direito a casa recém-construída, eles assinaram um termo desistindo da mudança. A obra de, pelo menos, 900 casas está no fim. Todas vão ter 40 metros quadrados e foram construídas por meio de uma parceria entre o GDF e o governo federal. A área, aparentemente, parece segura, se não fosse o chorume do Lixão da Estrutrual – que fica a apenas 100 metros das novas residências.

“A gente não vai querer ir pra dentro do lixão”, enfatiza uma moradora.

É o caso de Gislaine de Oliveira. Ela diz que vai continuar onde mora há mais de 10 anos, mesmo com a poeira e o lixo. “Não tem condições de a gente mudar. A gente alega isso pra eles, mas a resposta é que nada pode ser feito – sinto muito. Insistem que a gente precisa ser removidos e que não é possível ficar na área da 12”, conta a dona de casa Gislene de Oliveira.

Quem trabalha na construção das casas também sente os efeitos do mau cheiro. “Quando o sol fica muito quente o vapor sai. E acaba atacando toda a área. É preciso tampar o nariz”, relata o pedreiro Danilo Alves.

Os moradores mostram uns documentos do Ministério Público que, segundo eles, condena a área onde estão as novas casas. Mesmo assim, 68 unidades já foram entregues. E a previsão do GDF é transferir para o local mais 600 famílias até julho.

“Eu não gostaria de deixar o meu lote, que fica a mais de mil metros do lixo, pra ir pra uma área que fica a 150 metros do lixão, morar ao lado do chorume. Creio que quando tiver uma chuva muito forte, a piscina de chorume vai transbordar por cima daquelas casas”, alega a prefeita de quadra Adneumara de Castro.

A Defesa Civil informou que vai esperar a próxima chuva para avaliar se o chorume está escorrendo para as casas. Se isso ficar constatado, o órgão vai pedir que o GDF faça obras de contenção no local. Quanto à permanência das famílias, a Defesa Civil diz que não teve acesso aos estudos para a ocupação da área feitos pela Codhab.

Confira o vídeo com a entrevista completa com a diretora-técnica da Codhab, Ana Lúcia de Oliveira. Ela explica se o novo local para onde as pessoas estão sendo levadas é seguro, adequado para moradia.

Marina Costa / Luis Ródnei

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